sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CIDADE INGRATA

Depois de um ano, resolvi sair da minha toca, da minha redoma para fazer alguns contatos e ver se havia algo de novo. Se havia algo de bom na cidade. Até o centro de São Paulo são exatamente 23 km. O ônibus que me levou até a Avenida Ipiranga é velho e sucateado. O trânsito fluiu bem. Eu com os olhos vidrados procurava algo que me inspirasse. Nada. As ruas sujas como sempre. Camelos espalhados tentando sobreviver. A Praça da República ainda com reformas do metro. A cidade estava como sempre lotada e mais uma vez eu me senti sozinho. A cidade com pessoas indo e vindo e ninguém fala com ninguém. Ninguém se olha, ninguém se vê! A cidade é ingrata com seus cidadãos. Ela não se preocupa com ninguém e assim, ninguém se preocupa com ela! Nesse caso, a recíproca é mesmo verdadeira! A poesia perde cada vez mais espaço. Não há lugar para poetas hoje em dia. Eu me senti sozinho e corri devagar para a avenida que sempre me inspirou. Falava com as pessoas e as pessoas não falavam comigo! Sorria para as pessoas e as pessoas me olhavam assustados!
A cidade é ingrata.
Hoje, voltei para casa certo de que a cidade não me acolhe mais e que não pertenço mais a essa cidade!

2 comentários:

carmen lúcia disse...

Sempre haverá lugar para poetas como voce!
Sempre haverá pessoas que lhe sorrirão e serão amigas.
Não desista Edu
Essa cidade e seus amigos precisam da sua poesia,do seu talento,da sua amizade.

brih disse...

Olá...doce poeta...linda essa sua cronica, triste como toda dureza da cidade grande....mas há e sempre haverá lugar pra poesias, pra pessoas,como vc...poeta....podes ter certeza...Amo sua sensibilidade...se n fosses assim tudo isso com certeza passaria despercebido...beijos...beijos poeta...